sábado, 12 de março de 2011

S O S LITORAL

                                    
Marco Dias
                                                                                                             

Solidariedade, essa é a palavra que deve dominar os corações e as mentes por esses dias. Seu significado deve materializar-se em ações reais de ajuda às vítimas das chuvas torrenciais que vem castigando o nosso litoral.

Não vou falar de números, mas sabemos que são muitos os desabrigados em Guaratuba, Paranaguá, Morretes e em Antonina. Centenas de pessoas estão precisando de ajuda, numa proporção que vai além das possibilidades do poder público das cidades atingidas.

Por isso é necessário que cada um de nós contribua. É preciso formar uma corrente de solidariedade capaz de resgatar a cidadania tomada de tantas famílias por essas águas de março.

Certamente que a grande mídia tem um papel crucial a cumprir nessa campanha. As emissoras de TV, as rádios e os grandes jornais têm a obrigação moral de veicular uma grande campanha de utilidade pública por donativos. E não há dúvidas de que não faltarão à responsabilidade.

Nós, humildemente, estaremos nas primeiras fileiras dos que arregaçarão as mangas.

Adam Smith, o mais clássico dos economistas, formulou a sua teoria da mão invisível para provar que no capitalismo os indivíduos acabam fazendo o bem comum sem querer, pois quando perseguem somente o interesse pessoal, o lucro, o resultado de seu trabalho, independente de sua vontade, atuando como uma mão invisível, dá emprego, salários, riquezas. Muita gente gosta de repetir essa velha teoria do antigo economista inglês para camuflar sua desumanização. Esquecem ou desconhecem que em "A riqueza das nações", livro em que Smith resumiu o funcionamento do sistema capitalista, a famosa teoria da mão invisível é apenas uma metáfora para a defesa da iniciativa privada, só um capítulo, e que o autor também fala em solidariedade humana e em ajuda aos mais necessitados. 

Espero, sinceramente, termos força suficiente para organizar um grande S O S  LITORAL, com muito trabalho e calor humano, com capacidade para ajudar a quem precisa e quebrar o gelo dos corações petrificados. É hora de mãos de verdade: mão no bolso, mão na consciência, mão na massa...

Uma boa noite para todos.



Fonte: http://blogatuante.blogspot.com

terça-feira, 8 de março de 2011

Pitacos




Marivânia Rocha


Olá! Prometi e estou de volta. Hoje é 8 de março, dia internacional da mulher, e eu não poderia deixar passar a data em branco, sem dar os meus pitacos...

8 de março é dia para comemorarmos as conquistas das mulheres de todo o mundo por seu merecido espaço na sociedade. Nada mais justo. Vamos ligar ou enviar um torpedo para todas mulheres que de alguma maneira são importantes nas nossas vidas e dar os parabéns merecidos.

Mas também é importante lembrarmos que essas conquistas não são tão antigas assim. 

Em 1934 nós mulheres brasileiras conquistamos o direito ao voto. E não muito atrás, até ali pelos anos de 1960 e 1970, as mulheres tinham grandes dificuldades no mercado de trabalho e havia muita discriminação contra a mulher separada (sei que naquela época não existia ainda o divórcio, havia o desquite...) e os homens eram ainda considerados os chefes absolutos da família brasileira.

Bem, acho que é isso. Desejo a todos(as) uma bela terça-feira. Divirtam-se. Aproveitem este último dia do reinado de Momo! E lembrem-se de que aquela historia de que Amélia é que era mulher de verdade, é coisa de outros carnavais... 

(Mais um parêntese: consultei nosso colaborador, o Pinheiro, e ele falou um monte... Disse que a historia de Momo é muito antiga. Que Momo foi uma divindade da mitologia grega, filho do sono e da noite, despachada para a terra por Zeus, por debochar dos outros deuses do Olimpus...Que durante as folias em Roma Antiga o reinado de Momo era o império do deboche, da brincadeira... Que lá por volta de 1545, já época do cristianismo, final da Idade Média, o Carnaval voltou a ser uma festa popular. Que alguns atribuem o termo 'carnaval' aos romanos antes de Cristo, originado de CARRUS NAVALIS, carros alegóricos simbolizando os navios da época... Que outros dizem ter surgido na Roma cristã como CARNE VALLE, festa da carne...)

Realmente é bem interessante toda essa historia. E tudo o que escutei só reforça a minha crença de que o ser humano tem uma necessidade irresistível de viver a sua realidade com uma boa dose de fantasia. Ainda bem que é assim... Diversão é solução sim!

Amanhã já teremos tomado de Momo a chave da cidade e deportado a figura para os confins da memória. Estaremos de volta ao olimpus do mercado imobiliário, um universo de poucos mitos, muito trabalho e todos os credos. De volta ao plantão nosso de cada dia, para fazer as alegrias da clientela até o próximo Carnaval chegar.

Pra terminar, só uma pergunta que não quer calar: que tal uma Rainha Moma ano que vem?

Fui.


P.S. Achei um tanto emblemático o Pinheiro ter falado em 'pitacos sábios' depois de dar uma sapeada no esboço desses meus pitacos... Consultei a web e descobri que Pitaco de Metilene foi um dos sete sábios da Antiguidade Clássica! Duvida? Então  confira: http://bip.blogs.sapo.pt/166190.html


Leia também: Um toque feminino
http://blogatuante.blogspot.com/2011/02/um-toque-feminino.html


Fonte: http://blogatuante.blogspot.com

terça-feira, 1 de março de 2011

Caminhos da salvação

Marco Dias
                                                                                  
                                                                         
Lembro de um corretor que sempre dava risadas quando falava das historias de um construtor que ligava toda semana para cobrar venda dos seus imóveis, e começava a conversa sempre com a mesma frase: "Fora da venda não há salvação".

Mais que motivo de piada, a frase acabou virando um adágio, uma máxima de uso corrente em nossas reuniões por aqueles tempos. Quando discutíamos em equipe os clientes potenciais de cada um dos corretores, sempre vinha ela...fora da venda não há salvação...

E tanto trabalhou o corretor pelo empreendimento que havia angariado, tanto fez criando anúncios criativos, pensando em novos argumentos de venda, tirando novas fotos,  que acabamos vendendo todas as unidades. Mas hoje me pergunto: por que alguns imóveis de boa qualidade e localização demoram para vender?

Talvez a resposta seja aquele 'algo mais' que tantas vezes falta ao imóvel.

Explico: é aquilo que acaba faltando em qualquer coisa que a gente faça seguindo estritamente os roteiros do trivial, do feijão com arroz, sem um algo mais que dê personalidade própria à obra. É isso, alguns imóveis sofrem desse "defeito" de serem muito certos, quase óbvios, sem a capacidade de encantar o comprador.

Pois bem, quando o construtor não permite que esse defeito do lugar comum se apodere do imóvel já no seu nascimento, ou ainda quando quem o comprou já com a doença dá o bom tratamento com uma reforma que o livre dessa tal mesmice patológica, a salvação é sempre mais fácil.

Caso contrário o "milagre da salvação" sempre sobra para o corretor. Tá rindo? Pode rir, mas é a verdade, nua e crua.

E não estou aqui teclando essas linhas para reclamar dos ócios ou ossos do ofício. Muito pelo contrário. Tenho a convicção de que a capacidade da abstração e das boas ideias são imprescindíveis ao corretor de imóveis. Para ser bom ele tem que ser um pouco engenheiro, arquiteto, urbanista, jurista e economista, e acima de tudo um vendedor. Podemos dizer que o corretor de imóveis ideal deve ser como o canivete suíço que a partir de sua própria experiência e aprendizado desenvolveu  todas as suas ferramentas e aprendeu a usá-las.

Boas ideias, realizáveis com baixo custo, que melhorem a estética, a comodidade, a convivência social, circulação de ar, a iluminação, praticidade... são poderosos argumentos de venda. Para chegar a elas o corretor deve conhecer bem a mercadoria e ter a capacidade de fazer uma rápida leitura das necessidades do comprador.

Resumindo: sem entender o que o comprador precisa e sem conhecer a mercadoria que se está oferecendo, não vão surgir ideias que permitam uma identificação entre ambos. Não haverá venda nem salvação. Ficaremos no purgatório, aguardando um lance de sorte com a aparição do comprador perfeito ou seremos mandados pra o inferno pela concorrência de plantão.

Essas imagens dantescas servem somente para ilustar as qualidades que o corretor deve desenvolver para enfrentar os desafios da profissão. A propósito, vale lembrar que a epopéia da alma de Dante na sua obra literária "Divina comédia", vai do inferno ao paraíso... aprendizado para a salvação. E por aqui no mundo dos vivos, o aprendizado também é decisivo. Sem ele, no nosso caso particular do mercado imobiliário, não há venda, não há salvação...

Não sei se aquele velho construtor está ainda entre nós. Espero que esteja bem. Tenho certeza de que algum dia ele reconhecerá a contribuição daquele habilidoso e esforçado corretor que salvou o seu empreendimento.  Se não for aqui na terra, que seja lá no céu, tranquilamente, lá onde não existe dinheiro, cobrança por resultados e canivetes suíços...

                   Fonte: http://blogatuante.blogspot.com