sábado, 15 de janeiro de 2011

Romantismo, realismo e a escolha do melhor imóvel

Outro dia, O Veríssimo publicou uma resenha onde dizia que no futebol de hoje há um grande choque de pontos de vista entre jogadores e torcedores. Os jogadores, profissionais da bola, vivem de acordo com a concepção do realismo prático deste século XXI, focados nos contratos milionários, verbas de publicidade, direitos de imagem, etc. Já os torcedores, vivem sob o signo do romantismo do século XIX, motivados pelo amor, pela fidelidade absoluta ao clube do coração...  Por ser tão profunda, volta e meia essa diferença se manifesta explosivamente nos estádios, com vaias e até xingamentos de parte a parte.

Na compra do imóvel podemos também dizer que realismo e romantismo muitas vezes se enfrentam, como antagonismos entre dois modos de pensar e tomar decisões. A diferença, neste caso, é que a contradição habita as ideias de uma mesma pessoa, o comprador do imóvel.

O romantismo que projeta o desejo de uma casa ajardinada, com portas enormes escancaradas para frente e para um belo quintal com piscina, e uma edícula com aquele espaço gourmet e toda privacidade, logo se enfrenta com a praticidade de um bom apartamento, com zeladores que se incumbem de toda a manutenção, onde há mais segurança e uma privacidade cerceada pelos condôminos. Duas ideias diferentes e uma grande dúvida tomam de assalto quem procura o imóvel dos sonhos. Afinal, qual dos sonhos?

Que dizer então da dúvida entre comprar uma casa pronta ou um terreno para erguer tijolo por tijolo seu próprio projeto?

Para quem está procurando um imóvel, seja para o veraneio ou moradia, esse choque entre romantismo e realismo não é de natureza tão contundente como aquele entre o boleiro e o torcedor. Mas certamente existe e pode realmente nos incomodar, como um espectro de duas cabeças que apontam para lados opostos.

Portanto, vai aqui um conselho: não se deixe levar subitamente, por impulso, para nenhum dos dois lados. Pondere vantagens e desvantagens. Procure combinar prazer e praticidade, segurança e privacidade. E se você não conseguir aquele imóvel que atenda absolutamente todas as suas expectativas, lembre-se: o mundo não é perfeito...

Nós, corretores de imóveis passamos longe daquele saber profundo dos filósofos, mas talvez por isso mesmo, e por sermos sempre solicitados a responder rapidamente a questões de todo o gênero, que envolvem os imóveis, a vizinhança, os bairros, a cidade, podemos contribuir decisivamente para uma decisão acertada, próxima do ideal.

Quando você estiver às voltas com a procura do seu imóvel, pense naquela crônica do Veríssimo. Exija que o seu corretor não torça a realidade como o torcedor romântico, que ele fale a verdade sobre a cidade, o bairro, a vizinhança. Exija também que ele não seja como aquele astro mercenário e te ofereça imóveis a preços justos, de mercado.

Uma coisa é certa: mais realista ou mais romântico, investindo num imóvel você nunca sai perdendo. Chão firme, pedra, cimento, ferro, tijolo, areia, cal e trabalho, fazem uma realidade sólida, para sonhar e viver intensamente a sua realidade.


Em tempo: um pouco de realismo mágico pode ser uma boa solução, combinando os dois opostos em busca de felicidade...


Marco Dias



Leia também: Garrincha, Bill Gates, Amy Winehouse
http://blogatuante.blogspot.com/2011/08/garrincha-bill-gates-emy-winehouse.html

Fonte: http://blogatuante.blogspot.com




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