quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mercado imobiliário em busca de estatísticas

Por Celso Petrucci
                                                                                                          
A maior carência que percebemos no Brasil é a de estatísticas com base na construção civil imobiliária. De fato, o nosso mercado andou “de lado”, como dizem, por 15 anos ou mais. Agora, com aproximadamente cinco anos de um segmento consistente, vimos necessidade de maior quantidade de dados estatísticos, pois nada melhor do que acompanhar o mercado enquanto apresenta saúde invejável, porém, com dados variados e suficientes capazes de permitir prever e avaliar períodos de estabilização ou mesmo de queda.

Com a nacionalização das empresas do setor imobiliário, após abertura de capital por algumas companhias, é possível apresentar alguns números com base nos resultados de 18 incorporadoras publicados em 31 de dezembro de 2010.

Essas empresas foram responsáveis pelo lançamento de quase 257 mil unidades no valor de R$ 36,3 bilhões somente no ano passado, e pela venda de mais de 206 mil unidades no valor de R$ 33,1 bilhões. Resta esclarecer, porém, que o total das vendas resulta da soma de unidades lançadas no ano e em estoque, ou seja, de lançamentos realizados em anos anteriores.

Um número impressionante é o do banco de terras dessas empresas que chega a um potencial de R$ 137 bilhões em empreendimentos a serem desenvolvidos nos próximos anos. Também impressiona a receita líquida dos balanços: são R$ 33,5 bilhões, um crescimento de R$ 12,9 bilhões em relação a 2009, e lucro líquido total de R$ 4,8 bilhões – R$ 1,9 bilhão acima do apresentado um ano antes. Somente PDG, MRV, Gafisa e Brookfield responderam por quase 60% desse lucro adicional.

Para descentralizar as estatísticas e trabalhar com números mais próximos da realidade do mercado imobiliário, que é constituído por grande volume de empresas pequenas e médias, a CII/CBIC (Comissão da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção) atendendo às necessidades do País e a uma solicitação do Banco Central do Brasil vem buscando consolidar pesquisas dos principais mercados do País.

São iniciativas isoladas de Ademis (Associação de Dirigentes de Mercado Imobiliário de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Pernambuco e Rio de Janeiro), Secovis (Ceará e São Paulo) e Sinduscons (Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul), que buscam dados de lançamentos e de vendas de imóveis novos.

A coleta de informações acontece primordialmente nas capitais dos Estados, porém em alguns casos, como São Paulo, abrange também a Região Metropolitana, e na Bahia inclui as cidades de Feira de Santana, Lauro de Freitas e Camaçari.

Aliás, o importante não é a abrangência, e sim a iniciativa de buscar números que possam, minimamente, sinalizar qual o tamanho do mercado imobiliário nacional. Se considerarmos todas as cidades cobertas pelas pesquisas, teremos o equivalente a 46% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional referente ao ano de 2008, 31% da população do País e 31% dos domicílios permanentes referente ao Censo 2010, todos os dados com base no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ao verificar os resultados do ano de 2010, essas pesquisas indicaram o lançamento de pouco mais de 187 mil unidades residenciais novas e a venda de quase 169 mil unidades (aqui vale também a observação de que se trata da soma dos lançamentos do ano e dos estoques dos anos anteriores).

O estoque final de unidades em construção em 31 de dezembro passado era de 115 mil unidades. Com base nesses resultados das regiões pesquisadas podemos, ainda que prematuramente, prever cenários para tentar mensurar o tamanho do mercado imobiliário do País, mesmo sabendo que as conclusões alcançadas não têm nada de científico.

Adotando-se o PIB apenas das amostras, o mercado de vendas de imóveis novos poderia chagar a 409 mil unidades. Se tomássemos o cenário de representatividade da população das cidades pesquisadas ou o número de domicílios das amostras, o mercado imobiliário teria pouco mais de 600 mil unidades.

Como se pode perceber, ainda estamos longe de obter números representativos de lançamentos e vendas de imóveis no Brasil, apesar dos esforços das entidades que pesquisam o setor. É necessário que haja uma cobrança da sociedade junto ao governo (Federal, Estadual e municipal) e aos cartórios de registro de imóveis, a fim de facilitar a obtenção de dados para todos conhecerem o mercado.

Tradicionalmente, países desenvolvidos têm estatísticas sobre tudo e destinada para todos os segmentos econômicos, com dados muitas vezes fornecidos pelo governo. No Brasil, apesar de alguns esforços louváveis, esbarramos em informações sigilosas ou em cláusulas de confidencialidade.

Ainda temos de conscientizar governo, empresários e sociedade em geral acerca da importância da apresentação de dados estatísticos consolidados, sem causar desconforto a ninguém.


Fonte: http://gestor-imobiliario.blogspot.com

Celso Petrucci é economista-chefe do Secovi-SP, diretor-executivo da vice-presidência de Incorporação Imobiliária do Sindicato e membro titular do Conselho Curador do FGTS










sábado, 26 de novembro de 2011

Maurício de Sousa: filosofia em quadrinhos!

Platão foi um dos maiores filósofos da
Antiguidade Clássica. Entre suas obras, A República traz um dos  mais importantes pensamentos da historia da filosofia: o mito da caverna.

Nosso genial Maurício de Sousa traduziu a passagem de Platão para os nossos dias, em quadrinhos!

Curta no youtube

O mito da caverna
http://www.youtube.com/watch?v=ftb5hdnA7yM&feature=share

Leia o texto, extraído de A República
http://www.marculus.net/textos/platao_o_mito_da_caverna.pdf


Equipe Atuante
http://blogatuante.blogspot.com

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

IPTU VERDE



Curitiba lançou o IPTU verde, concedendo descontos no pagamento do imposto aos contribuintes que preservam áreas verdes em suas propriedades. Outras regiões do país buscam alternativas para o equilíbrio ambiental. É importante conhecermos novas ideias e propostas sobre a questão. Segue a Matéria.

Com base em experiências em cidades como Belo Horizonte, São Paulo, Guarulhos e Sorocaba, os representantes do mercado imobiliário baiano estão propondo a prefeituras da Região Metropolitana de Salvador (RMS)  a utilização do chamado IPTU Verde. Pela proposta feita às prefeituras de Salvador, Camaçari e Lauro de Freitas, os proprietários de imóveis que possuam equipamentos que reduzam o desperdício poderão contar com reduções de até 20% na cobrança do imposto municipal.

A ideia foi apresentada nesta quarta, 23, pelo presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-Ba), Nilson Sarti, durante o lançamento dos guias de consumo consciente e de sustentabilidade na sede da entidade, para os compradores de imóveis e as empresas do mercado, respectivamente. De acordo com Sarti, a busca pela sustentabilidade é um caminho sem volta para a atividade. “Não é uma questão de escolha, é questão de sobrevivência. A tendência é que a evolução tecnológica tornem o respeito ao meio ambiente cada vez mais frequentes”, acredita.

A tentativa de criar o IPTU Verde é defendida pelo presidente da Ademi como um estímulo para que o consumidor aposte em empreendimentos ambientalmente responsáveis. “A nossa proposta é que esta redução, que pode chegar a até 20% do IPTU, funcione como um estímulo à aquisição de imóveis cuja operação gere um menor impacto ao meio ambiente”, explica. Sarti destacou que a emissão de gases poluentes nos condomínios com o prédio entregue é bem maior que as emissões durante as obras. “A estimativa é que 80% das emissões são geradas durante a operação do empreendimento, ”, diz.

Consumo consciente -  Em um primeiro momento, a aquisição de produtos sustentáveis pode custar mais caro ao consumidor, entretanto estes custos tendem a se diluir com o tempo, acredita Nilson Sarti. “Hoje esses empreendimentos podem até ser mais caros em alguns casos, mas estas despesas se diluem com o tempo através de contas de energia, de água e um condomínio mais baratas”, acredita. Um exemplo comum em novos empreendimentos é a medição individual da água, que costuma representar um consumo 30% menor do recurso e, consequentemente, uma conta mais barata. Além disso, a expectativa de Sarti é que os custos, hoje elevados, tornem-se cada vez mais acessível a partir do desenvolvimento de novas tecnologias. “Os custos vão declinar”, acredita.


Fonte: www.clipimobiliario.com.br / Donaldson Gomes para o jornal A Tarde, BA

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Conversa de botequim em javanês

                                                                                                                                                                                                              Lima Barreto escreveu contos geniais.      Um deles é "O homem que sabia javanês".

Segue uma palhinha da historia, resumidamente: conversando num bar com um amigo, o protagonista conta que quando estava na pindaíba arrumou um emprego de professor de javanês, sem saber sequer uma palavra do idioma, e que além de viajar pelo mundo como autoridade naquela língua exótica, chegou a Cônsul em Havana... Ao fim da conversa, os dois amigos divertem-se com a aventura.

Pois é, essa obra do grande escritor do início do século passado tem muito a falar sobre o presente, e vários ofícios.

No mercado imobiliário virou lugar comum o dito profissional que descobre um imóvel para vender e liga para seus proprietários procurando saber qual a expectativa de valor para a venda. Em seguida arrisca duas alternativas, ou afirmando que está de acordo com o mercado ou simplesmente dizendo que vale algo mais.

Por trás da "boa" conversa desse professor de javanês, está somente uma ideia: dane-se a verdade do mercado sobre os preços, importa mesmo é ter o imóvel para vender, mercadoria na prateleira.

E segue a empreitada do nosso poliglota imobiliário: pega o imóvel para vender (quase sempre sem autorização de venda). A mercadoria está fora do mercado, com uma pedida que extrapola em muito a média das ofertas e vendas por região, padrão, tamanho, tempo de construção, conservação...O mercado não assimila sua mensagem porque o significado (preço) não traduz o significante (imóvel)... Ele põe à venda algo invendável... O proprietário inicialmente fica satisfeito, tomado pela expectativa de um negócio que não vai acontecer...Frustra-se, e não realiza uma venda que  talvez precisasse.

Para o nosso herói que arrisca seu malaio no mundo dos imóveis, não tem problema. Ele não vende, mas também não investe nada, ou o mínimo possível. Basta apenas um desavisado que se encante com uma de suas ofertas fora da realidade para pagar suas continhas e sobreviver...

Pois bem, essa nossa analogia entre o universo dos imóveis e o da literatura tem somente a intenção de dizer em português claro: se você pretende realmente vender seu imóvel, procure saber se o seu interlocutor domina o léxico (o repertório: os imóveis) e a sintaxe (a lógica) do mercado.

Conversa de botequim é bom, mas tem lugar e hora...


Julio Dias 

Fonte: http://blogatuante.blogspot.com

Leia o conto: http://www.releituras.com/limabarreto_javanes.asp





    

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cuidando do planeta




O aquecimento global já é inevitável, mas os próximos cinco anos decidirão se seu efeito pode ser amortizado ou se descontrolará até níveis que causem "danos irreversíveis", com consequências potencialmente catastróficas. É a advertência da AIE (Agência Internacional de Energia), órgão dependente da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos) encarregado de supervisionar as políticas energéticas dos países membros, segundo o relatório anual sobre o panorama energético mundial apresentado ontem em Londres.


A reportagem é de Ferran Balsells, publicada pelo jornal El País e reproduzida peloportal Uol, 11-11-2011.



O relatório insiste em que o consumo energético atual faz prever uma situação "insustentável" e não haverá recuo a partir de 2017: se não houver "uma mudança de direção absoluta", os países já expulsarão este ano a mesma quantidade de dióxido de carbono (CO2) que não deveriam ter alcançado até 2035 para conter a mudança climática. A partir desse ano, e durante quase duas décadas, qualquer emissão de CO2 contribuirá para intensificar a mudança climática além dos níveis considerados seguros. "Há tempo, mas a porta está se fechando", alerta a AIE.



Caso prossiga o ritmo de consumo atual, os níveis de CO2 na atmosfera aumentarão o efeito estufa até disparar a temperatura média global entre 3,5 e 6 graus centígrados, segundo o organismo. O objetivo da ONU registrado nos acordos internacionais consiste em conter o aquecimento global a 2 graus, limite a partir do qual se considera que o planeta sofrerá uma mudança climática irreversível. Quer dizer, perdas graves de biodiversidade, problemas de adaptação para as espécies e risco de inundações em áreas densamente povoadas com o aumento do nível dos oceanos. É um consenso pouco matemático: os cientistas indicam que um aumento de 1,5 grau já implica riscos de climas extremos e aumento perigoso do nível da linha oceânica, mas as cúpulas internacionais sobre o clima não conseguiram um compromisso maior.



Em todo caso, "os países não podem continuar baseando seu consumo em energias poluentes", destaca o relatório. Este traça um cenário energético em 2035 em que sobressai o escasso impacto das energias renováveis para conter o aquecimento global. Dentro de duas décadas essa fonte energética que representa 13% do consumo mundial passará a ser de 18%, cifra insuficiente para atenuar a mudança climática. O carvão e o petróleo, por sua vez, sofrerão um ligeiro declínio até representar entre 25% e 30% do consumo total.



"Os países devem adotar políticas mais agressivas para promover essas energias não poluentes", lamenta o organismo da OCDE. Os subsídios governamentais para fomentar o uso das renováveis alcançaram US$ 64 bilhões em 2010, contra US$ 409 bilhões destinados a fomentar energias poluentes como o petróleo e o carvão.



Para ler mais:


Fonte: Ferran Balsells para o jornal El País, Espanha, reproduzido pelo Portal Uol

domingo, 6 de novembro de 2011

O que fazer na praia?



Muita gente ainda se pergunta: fazer o que no litoral depois de voltar da praia, já com tédio de sorveterias, lanchonetes ou botecos?

Pois então saiba que as coisas estão mudando. Nosso litoral está se mexendo! E essa atividade tem se mostrado mais completa e interessante, indo além da construção de condomínios, manutenção da orla marinha, promoção de esportes, shows na alta temporada...

Hoje é possível estar no litoral e mesmo fora da temporada ter alternativas culturais interessantes.

O Centro Cultural UFPR Litoral está funcionando durante todo o ano. Em outubro, por exemplo, tivemos o Dia Internacional da Animação, quando foram apresentados Curta-metragens nacionais e de mais 30 países como Austrália, França, Estado Unidos, Rússia, Portugal, Índia, Egito... E também mostras de cinema infantil e para deficientes visuais. Está rolando uma exposição de arte contemporânea, "Poética dos trançados"  e outras mais. Confira as atividades para novembro: http://centroculturalufprlitoral.blogspot.com ou diretamente lá na Av. Paraná, 550 (em frente ao Hospital N. Sra. dos Navegantes). Anotem também: (41)3511-8313 e centrocultural@ufpr.br


O SESC CAIOBÁ vem realizando exposições de artes visuais e mandando o seu CINE SESC na UFPR LITORAL, enquanto não finaliza sua nova sede no tradicional espaço de Caiobá. Em breve deve sair a programação de novembro e da temporada. Acompanhe: www.sescpr.com.br

Caminhar ou correr na beira da praia, mudar a sala de estar para a calçada são coisas fantásticas, que nos trazem saúde e sensação de liberdade. Mas vamos combinar que só isso era pouco...



Leandra Mário 

Fonte: http://blogatuante.blogspot.com